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domingo, 11 de novembro de 2018

Relações à distância: uma pausa na vida ou uma maneira diferente de amar?



Quando decidi sair de Portugal sabia que estar longe do meu loiro seria  uma das coisas que mais me custaria. Mas fui muito ingénua, parti do princípio que seria fácil de gerir. Não é! Estar longe dele é horrível, sobretudo nos momentos muito bons ou muito maus.

Diariamente procuramos formas de estar mais próximos, como pequenos almoços românticos no skype, mensagens durante o dia, fotografias partilhadas, coisas que façam o outro sentir-se vivo na nossa cabeça e coração. E tudo isto que funciona nos dias em que estamos bem é muito pouco nos dias em que não estamos.

É preciso muita confiança no outro e em si mesmo para que queiramos ver o outro viver sem nós, algo de inevitável quando o plano é ficar separado mas em relação tanto tempo como o que nós temos planeado.

Sobretudo para quem fica, ver o outro construir uma "vida diferente" em que não tem presença física é duma impotência terrível. Sinto  que tenho a vida em pausa. Como se o tempo que estou aqui fosse algo que só tem de passar até estar de novo com ele. Como se fosse um intervalo daquilo que é a minha vida real. 

Eu entendo que é um intervalo de tempo em que (para bem da minha saúde mental e felicidade) me tenho de  adaptar, construir amizades, ter passatempos e actividades normais, viver para que o intervalo se torne mais curto...Ainda que nem todos os dias isto seja fácil, para mim de fazer e para ele de assistir sem poder participar.

 Procurar o equilíbrio e a presença do outro à distância é essencial, o  tempo é o inimigo...muda-nos!  Vivo com o medo de que nos mude ao ponto de que quando estejamos juntos de novo sejamos pessoas diferentes, ou de que tudo seja demais para nós como conjunto.  Eu sou tão diferente da pessoa que era há alguns anos que quando olho para o passado não me reconheço. O desafio de qualquer relação é crescer integrando o outro, mas quando em distância é um desafio tão maior...

Brigar entre casal é normal e até saudável, acho que quando se deixa de ter brigas é quando a relação morreu, quando não se quer saber... por outro lado à distância não é possível sanar as brigas da mesma maneira e no que seria um arranhão ligeiro cresce uma grande infecção...

Hoje tenho a alma da cor do céu, cinzenta!





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