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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Espelho meu, espelho meu... serei ainda Eu?

No domingo estava com alguns novos amigos num cafezinho a comer o meu primeiro pequeno almoço inglês quando comecei a queixar-me muito da vida. Para ser honesta e verdadeira, tem acontecido de forma recorrente a parte do queixar-me da vida.... Uma das raparigas do grupo disse-me:

- Porque és sempre tão negativa?

Eu respondi:
-É normal, eu adorava a minha vida e agora não.

(Entretanto parei, fiquei mais ou menos comovida e acabei a olhar pela janela para o Porto e a chuva que caía.)

Ela disse-me não quero que fiques chateada comigo!

Eu respondi:
-Não estou.

É verdade, não estou chateada com ela, estou chateada comigo. Estou revoltada porque não me conheço. Há alguns meses os meus amigos elogiavam-me por eu ser uma pessoa versátil, com facilidade de se adaptar às mudanças.
A verdade é que não o sou!

 Ou melhor, sou apenas quando estou na minha zona de conforto, quando no final do dia posso ir para a minha casinha; adormecer aconchegada com o loiro a abraçar-me e a dar-me beijinhos no pescoço; quando chego do meu adorado trabalho e passeio o meu Scottinho; quando vou à minha terra aos fins de semana estar com os meus Pais, visitar a minha sobrinha ou então ficando em Lisboa vou jantar com os meus amigos.

No fundo a força, a resiliência não é minha. 

A grande verdade é que nos últimos anos tenho um grupo de pessoas fantásticas que me ajudam a ultrapassar as crises e problemas da vida. 
Não foi sempre assim, acho que houve alturas em que estava rodeada de pessoas que não o querendo não eram assim tão boas para mim e que por isso deprimia. Com o tempo consegui seleccionar para continuar com os que interessam, adaptar-me melhor a outros dos que me rodeiam de forma a ter relações mais saudáveis e cresci! Neste processo de envelhecimento dei comigo a viver a vida que em criança quereria ter um dia.

É claro que custa ter de mudar, as mudanças fazem-nos questionar se ainda seremos a pessoa que éramos, especialmente quando tudo muda. O País, a profissão, a casa onde vivo, as pessoas de quem estou rodeada. Cheguei à conclusão que sim, ainda sou a mesma, mas que sem os que me rodeiam não sou nada. 




A Persistência da Memória, de Salvador Dali. (Um dos meus pintores preferidos)




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