Ontem fui à missa.
É uma das coisas habituais que faço todos os domingos e às vezes durante a semana. Tenho este hábito esteja onde estiver...
Não acho que a religião seja algo essencial a todas as pessoas, nem sequer que nos faça melhores pessoas, mas acredito que todas as religiões incutem bons princípios e que nos dão um sentido de pertença e de apoio muito facilitador sobretudo em momentos menos bons.
Para mim contudo a religião é algo essencial. Acredito em Deus, sou católica por educação e isto mune-me deste sentido de pertença que muitas vezes uso como suporte para me levantar nas alturas mais difíceis da minha vida.
Aqui em Hull existem muitas igrejas e crenças diferentes. Existem também uma igreja e uma capelinha católicas pertinho da Universidade onde eu fui pelos dois domingos passados. Ontem fizeram lá uma festa de acolhimento aos estudantes católicos.
Foi engraçado, fomos à missa, jantámos na casa do Padre que tem a capelinha dentro e que organiza estes convívios. Foi giro ver pessoas, de tantos sítios diferentes, que se sentiam deslocadas encontrarem ali um lugar seu. Falei com uma rapariga que nunca tinha saído da Nigéria e agora cá estava a começar o mestrado, um rapaz da Catalunha que como eu tinha trabalhado alguns anos antes de se decidir a vir para cá continuar a formação, um rapaz Indiano que vivia em Birmingham desde criança, estudantes que se mudaram de Londres. E ali mesmo a religião serviu como uma ponte entre culturas, raças e educações tão diferentes, em vez de uma barreira.
A maioria de nós talvez nunca tivesse falado se não fosse numa situação assim. Eu sei que as igrejas têm falhas, sei que está profundamente na moda ser anti-religião, sendo no entanto parte integrante das nossas estruturas cerebrais a ideia de crença.
Se fosse há alguns anos eu julgaria que ter ou não ter religião é mais ou menos o mesmo, que no fundo cada um de nós tem de encontrar o que julga ser melhor para si--. Neste momento acredito que acreditar em Deus e ter estes sistemas de apoio (já em Portugal eu sentia um pouco isto, pelos grupos onde participei) nos dá ferramentas muitos úteis a um bom equilíbrio mental, a uma vida mais feliz e em Paz.
Termino este post dizendo que tem de haver tolerância em relação aos que como nós acreditam mas noutras crenças e em relação aos que não acreditam.
No meu caso concreto e sendo eu tão católica por educação que se tornou uma grande parte da minha identidade, acabei por escolher um namorado de outra religião. Eu diria que escreve Deus direito por linhas tortas, no nosso caso esta diferença traz situações engraçadas, sobretudo quando ele vai à minha igreja ou eu à dele, mas não nos separa de nenhuma forma, tal como a religião não deve ser usada para separar.
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